quinta-feira, 27 de maio de 2010

Boas idéias merecem louvor !

            Hoje, em conversa com uma mãe, logo cedo, abordei a importância do desenvolvimento das habilidades psicomotoras básicas em relação à aprendizagem formal de leitura e escrita.

Ela me contava que tinha proposto ao dono da academia que frequenta se poderia usar um cantinho para brincar com sua filha usando os aparelhos disponíveis (bolas, espaldar, etc)

Me contou que não só ele permitiu como também o seu professor de ginástica tem sugerido e acompanhado algumas atividades.

Após explicar os fundamentos da Psicomotricidade fiz-lhe ver que com isso ela estava estimulando sua filha da forma mais correta possível, senão, vejamos:

  • Com os exercícios estimulando a parte motora;
  • Com as atividades sugeridas pelo professor estimulando a parte cognitiva;
  • E, pelo fato de estarem juntas, mãe e filha "malhando" no mesmo espaço e momento... a parte afetivo-emocional.

Simples, não?

Quando trabalhamos com a população mais carente financeiramente muitas vezes encontramos mais obstáculos que soluções. Não raro parece que estamos nadando contra a maré, sugerindo coisas inviáveis para pessoas  com tal acúmulo de problemas em suas vidas que fica difícil imaginar um horizonte mais além...

Mas a fala (e a atitude) dessa mãe, na sua simplicidade, foi tão cheia de esperança e objetividade que me aqueceu o coração e me iluminou o dia!!


"Um pessimista vê uma dificuldade em cada oportunidade; um otimista vê uma oportunidade em cada dificuldade."        Winston Churchill




 abs

Nilcea 

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Brincando... Construindo...

" Brincando a gente constrói.

             Brincando a gente cresce.


Brincando a gente se diverte.

        Brincando a gente vira gente!!!!"


(poema feito em parceria com o Kaique, 6 anos)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cadeira de Rodas e Adequação Postural


Uma cadeira de rodas é uma cadeira montada sobre rodas que é utilizada por indivíduos com dificuldade de locomoção, podendo ser movida manual ou eletronicamente pelo         ocupante ou empurrada por alguém. (Wickipedia)
Hoje temos os mais variados tipos de cadeiras desde a mais simples até  a totalmente adaptada às necessidades do indivíduo. De uma cadeira de rodas, invenção de pesquisadores italianos, movida apenas por movimentos cerebrais até uma  I-Real da Toyota, super hightech!

Mas, em relação a isso o assunto é extenso. Fica para uma outra hora.

O que eu gostaria de pontuar aqui para voces é sobre a relação existente entre o  Fisioterapeuta e as cadeiras de rodas dos alunos das escolas.

Em primeiro lugar,é preciso que se entenda que  a escolha da cadeira deve ser feita por pessoa capacitada para tal pois há muitos fatores a serem considerados. Quanto mais adequada a cadeira  mais economia de verba, mais eficiencia no resultado e o que é mais importante: mais conforto e segurança ao paciente.

Em segundo lugar, a consciência do OBJETIVO e FUNÇÃO de cada parte da estrutura da cadeira é primordial para que seu uso seja adequado.
Com relação a isso, em nosso Departamento (pelos setores de Fisio, TO e Fono) estamos preparando uma palestra aos professores e cuidadores para que possam, conhecendo suas partes, usar adequadamente a cadeira de rodas de cada aluno.

Por último, a manutenção e limpeza das cadeiras.
Se pensarmos que a cadeira de rodas é o lugar onde a criança se encontra na maior parte do dia e é na maior parte das vezes o seu único meio de locomoção, podemos, sem exagerar, dizer que é uma continuidade do seu  próprio corpo.
Com isso, as regras de higiene e manutenção nada mais são do que as que teríamos com o próprio corpo: mantê-la limpa, com pneus calibrados, apoios e adaptações ajustados, em perfeitas condições de uso!

Infelizmente, como nem tudo são flores...  essa tem sido  a parte mais difícil de conseguirmos um resultado satisfatório!
As muitas orientações individuais não surtiram o efeito desejado, portanto partiremos agora para a tal palestra de sensibilização e informação.

Volto pra contar como foi, ok?

Por enquanto,

abs

Nilcea

domingo, 16 de maio de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quando um não quer...

Pois é. Quando um não quer dois não brigam, já dizia o ditado popular.

E cheio de razão.

No tratamento de crianças com deficiencia, a Fisioterapia esbarra muitas vezes no querer, ou não, do responsável por elas o que chamamos de "adesão ao tratamento".
E, a meu ver, essa é uma das coisas mais difíceis de se resolver pois demanda do profissional um jogo de cintura e poder de persuasão que às vezes nos faltam.

Caso:

V. é uma menina com seis anos, quadro de Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor Grave secundário a possível encefalopatia não progressiva.
Já que V. estava matriculada na escola, nossa primeira ação foi no sentido de prover locomoção e posturamento adequados para sua frequencia às aulas.

1º obstáculo: a mãe de V. não aceita o uso de cadeira de rodas porque acredita que haverá uma cura antes disso.
Mesmo assim foi pedida a cadeira e entregue à mãe que até agora encontra muitos impedimentos para seu uso.

2º obstáculo: a frequencia de V. às terapias.
Com a possibilidade de ser levada ao Conselho Tutelar ela começa a frequentar as mesmas. Sempre com algumas faltas.

3º obstáculo: segundo avaliação da Fonoaudióloga em Disfagia Sandra, V. encontra-se em estado de sub-alimentação o que confere com seu estado apático nas terapias motoras.
Chamamos a mãe para uma conversa mas até o momento não conseguimos que retornasse.

Relatei esse caso, mesmo ainda sem uma conclusão, para mostrar que nem tudo são flores nesse terreno.
Nem sempre conseguiremos a melhor solução.
Isso porque, na verdade, os responsáveis pela criança é que são os elementos chave para que as coisas aconteçam e se não há a adesão nada acontece!

Mesmo assim, seguimos fazendo todo o possível para que V. tenha o tratamento que necessita.

E torcemos para que sua mãe se desvencilhe dos pre-conceitos e assuma a posição de parceira na sua recuperação.

bjs

Nílcea

** dúvidas, sugestões e comentários sempre serão bem vindos! **

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Vocação

Dia desses recebi em minha sala tres garotas.

Estudantes de Fisioterapia.
Conversamos por alguns minutos e elas foram embora com alguns dados que, espero, lhes ajudem no trabalho sobre a Fisioterapia na Neurologia...

Mas ao irem, deixaram em mim a certeza ainda maior de que nasci para isso: a Fisioterapia!

Me lembro que ao prestar vestibular, nos idos dos anos 70, pensei que iria cursar Medicina.
Após muitas dúvidas e reflexões decidi pela Fisioterapia (curso um tanto desconhecido na época) pois queria algo mais.
Queria acompanhar de perto a reabilitação do paciente, caminhar com ele, descobrir caminhos e alternativas, lutar pela sua qualidade de vida.

Poético isso, não? Mas é exatamente assim que tenho trabalhado até hoje, com poesia e muita perseverança!!

O trabalho do Fisioterapeuta não é tão glamouroso como parece, há muito suor e lágrimas no percurso. Mas ao final, vale a pena.

O sorriso de uma mãe, o beijo de uma criança, o olhar de carinho de um pai agradecido...

Por tudo isso, e muito mais, vale a pena investir nessa carreira.

Um recado para as meninas da PUC-Barueri:

Se eu, de alguma forma, passei para vocês a alegria e o orgulho que tenho de fazer parte da Reabilitação.... então, valeu!

bjs

Nílcea

terça-feira, 4 de maio de 2010

Mãos Trêmulas

Uma das funções que tenho aqui em meu serviço é a de visitar as Escolas e conversar com a Gestão/Coordenação e professores sobre algum aluno que esteja sendo atendido no setor de Fisio.

Pois bem, numa dessas visitas a queixa da professora era de que as mãos da aluna tremiam.
Seria isso por conta da patologia? Ou talvez por conta da medicação tomada pela aluna?
A verdade é que os tais tremores atrapalhavam o desempenho da aluna em relação à escrita e consequentemente todo seu desenvolvimento escolar.

Avaliando mentalmente o caso me dei conta de que:

1. a patologia da aluna (Encefalopatia Crônica Não Progressiva)lhe havia causado sequelas na região inferior do corpo (o que chamamos de paraparesia crural)

2. a aluna NÃO tomava nenhum medicamento!

Então... porque os tremores??
Aliás, eu mesma em terapia nunca havia percebido nada!!

Nessas horas, quando aparecem queixas assim, o caminho é pensar,raciocinar...isso mesmo - tal qual Sherlock Holmes!

Felizmente, depois de alguns anos a gente se acostuma e nesse caso em especial a resposta surgiu rápido em minha mente: FADIGA!

Acontece que a aluna usa muletas canadenses e ao chegar à sala não havia tempo suficiente para o descanso da musculatura das mãos para iniciar um trabalho de coordenação fina como o grafismo. BINGO!
Pedi então à professora que deixasse que a aluna descansasse um pouco antes de começar as atividades.

Lógico que a dificuldade na aprendizagem propriamente dita,nesse caso, já era uma questão da área de psicopedagogia e outras intervenções foram sugeridas pela Adriana (psicopedagoga) mas agora sem o entrave causado pela fadiga muscular nos Membros Superiores!

abs

Nílcea

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Explicando melhor...

Sou uma pessoa muito objetiva e pragmática (por isso fiz Fisio e não Filosofia...).

Portanto... não poderia ser diferente nesse espaço!

Logo... de um modo geral, pretendo postar coisas relevantes ao dia a dia de uma fisioterapeuta na Educação Inclusiva e também aquilo que penso ser o ideal (não custa tentar, não é?)

Lógico que a discussão acadêmica, digamos assim, sempre será bem vinda, porém já deixo claro que não é o meu forte!

Dito isto, aguardem post sobre "mãos trêmulas".

abs

Nílcea