sábado, 19 de junho de 2010

Receptividade nas Escolas

Falar sobre Receptividade nas Escolas  com relação à equipe técnica é um pouco difícil pois as experiências são múltiplas e tão diversas!!
Mas vou tentar, principalmente porque a Rosane (Salvador,BA)  pediu que o fizesse! ; )





As experiências vão desde aquela escola onde você percebe que fêz diferença até aquela onde nítidamente poderíamos ter deixado de ir que o resultado seria o mesmo!

Para mim, com relação ao professor/gestão muito disso se resume a uma palavra: disposição.


Disposição de aprender,
Disposição de procurar ferramentas úteis ao trabalho,
Disposição de se envolver com o caso,
Disposição de arregaçar as mangas,
Disposição de muitas vezes deixar suas certezas e admitir a realidade  por outra óptica.

Prefiro (e isso faz parte do meu perfil desde sempre) pensar naquelas onde a visita foi positiva de alguma forma e quanto às outras, usar os erros para aprender a fazer melhor.

Senão, vejamos:

A Inclusão é uma realidade pela lei no País  e de fato em muitos Municípios .

Começa aí uma demanda muito grande por conhecimento de coisas que, até agora, estavam apenas no âmbito clínico .
Explico: aquela criança cuja vida se resumia a terapias e médicos agora está matriculada na Escola e... FREQUENTANDO !!!!
Os pais compraram a idéia e não se sujeitam mais a ver seus filhos excluídos da vida a que têem direito.

Então... onde buscar ajuda? Quem seria a pessoa mais apta a dar uma primeira informação sobre este aluno?

É aí que entramos, como terapeutas, para dirimir dúvidas e ajudar no que nos é possível.

Para mim, esses são os dois pontos principais.
  •  Dirimir dúvidas. Costumo dizer que, quando vou às Escolas,  tenho vontade de usar aquela camiseta usada nos supermercados onde se lê: "Em que posso ajudar?". 
           Porque convenhamos, o professor tem dúvidas bem específicas  portanto, a não ser que seja           
           pedido, não cabe aí uma extensa explanação teórica sobre a patologia, etc, etc, etc
           Às vezes temos a tentação de demonstrar nosso saber mais do que deveríamos e aí é o
           bom senso que ajuda muito nessas horas.
  • Ajudar no que nos é possível. Não somos deuses nem um poço infinito de saber, portanto: sim, haverá muita coisa que não seremos capazes de solucionar!
          E aí cabe uma boa parcela de sinceridade e disposição de buscar aquilo que for necessário.
          Na hora em que nos dispomos a buscar aquilo que poderá de alguma forma aliviar a carga do
          professor surge entre nós uma cumplicidade e empatia impossível de acontecer se nos     
          colocarmos em um pedestal inacessível. 


Acredito que Receptividade numa Escola esteja muito ligada ao poder de se fazer bem recebido do profissional que a visita.

Não custa ouvir antes de sair falando aos borbotões.
Não custa calçar o sapato do outro para ver onde dói.
Não custa admitir que o outro tem um saber que, se aliado ao seu, pode fazer toda a diferença!


abs

Nilcea


** Lembrando que  exponho aqui as minhas impressões sobre o assunto. Nada, mas nada mesmo, impede que vc poste um comentário sobre a sua vivência que pode ser muito diferente! Fique à vontade! Isso só vai ajudar aos leitores, ok? **

5 comentários:

  1. Muito interessante a forma de conduta sugerida perante problemas que tem uma variabilidade de situações praticamente infinita. Nunca temos todas as respostas. E só conseguimos grandes mudanças quando trabalhamos através de pessoas e não somente para elas. Muito clara a abordagem e extremamente útil em outras profissões também. Parabéns e continue com o bom serviço. Muito obrigado pelo post "anônimo". Em breve novas revelações em: A Voz do que Clama!

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  2. Olá Nilcea, me senti extremamente lisonjeada ao ver o seu novo post! Essa é uma situação que realmente me preocupa e a disposição na qual você nos fala é de fato determinante nessa receptividade.
    E diante desta questão temos que encarar o desafio, afinal, a presença destas crianaças e adolescentes no ensino regular é um grande motivador e para como você mesma disse: façamos a diferença!!!!

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  3. Muito interessante!!! esse post com certeza merece muita atençao!! principalmente pra todos os profissionais envolvidos.. e olha que nao sao poucos!.. amei!! com ctz fez diferença pra mim!!

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  4. Isso nos faz pensar em como é importante para o profissional que trabalha em equipe, ester preparado para compartilhar, dar e receber, sem arrogância e sem medos. Quando trocamos o que sabemos com o outro, nosso conhecimento pode se tornar ação.
    Adriana

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  5. Que post maravilhoso, nem te conheço e vc não tem noção de como o teu site, as tuas experiências estão ajudando-me em minha pesquisa, pensava que so eu pensava sobre essa problemática, sobre as dificuldades do professor, sobre a fisioterapia na escola, que bom que encontrei vc. Parabéns pela discussão. Obrigada de verdade!

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