Falar sobre Receptividade nas Escolas com relação à equipe técnica é um pouco difícil pois as experiências são múltiplas e tão diversas!!
Mas vou tentar, principalmente porque a Rosane (Salvador,BA) pediu que o fizesse! ; )
As experiências vão desde aquela escola onde você percebe que fêz diferença até aquela onde nítidamente poderíamos ter deixado de ir que o resultado seria o mesmo!
Para mim, com relação ao professor/gestão muito disso se resume a uma palavra: disposição.
Disposição de aprender,
Disposição de procurar ferramentas úteis ao trabalho,
Disposição de se envolver com o caso,
Disposição de arregaçar as mangas,
Disposição de muitas vezes deixar suas certezas e admitir a realidade por outra óptica.
Prefiro (e isso faz parte do meu perfil desde sempre) pensar naquelas onde a visita foi positiva de alguma forma e quanto às outras, usar os erros para aprender a fazer melhor.
Senão, vejamos:
A Inclusão é uma realidade pela lei no País e de fato em muitos Municípios .
Começa aí uma demanda muito grande por conhecimento de coisas que, até agora, estavam apenas no âmbito clínico .
Explico: aquela criança cuja vida se resumia a terapias e médicos agora está matriculada na Escola e... FREQUENTANDO !!!!
Os pais compraram a idéia e não se sujeitam mais a ver seus filhos excluídos da vida a que têem direito.
Então... onde buscar ajuda? Quem seria a pessoa mais apta a dar uma primeira informação sobre este aluno?
É aí que entramos, como terapeutas, para dirimir dúvidas e ajudar no que nos é possível.
Para mim, esses são os dois pontos principais.
- Dirimir dúvidas. Costumo dizer que, quando vou às Escolas, tenho vontade de usar aquela camiseta usada nos supermercados onde se lê: "Em que posso ajudar?".
Porque convenhamos, o professor tem dúvidas bem específicas portanto, a não ser que seja
pedido, não cabe aí uma extensa explanação teórica sobre a patologia, etc, etc, etc
Às vezes temos a tentação de demonstrar nosso saber mais do que deveríamos e aí é o
bom senso que ajuda muito nessas horas.
- Ajudar no que nos é possível. Não somos deuses nem um poço infinito de saber, portanto: sim, haverá muita coisa que não seremos capazes de solucionar!
E aí cabe uma boa parcela de sinceridade e disposição de buscar aquilo que for necessário.
Na hora em que nos dispomos a buscar aquilo que poderá de alguma forma aliviar a carga do
professor surge entre nós uma cumplicidade e empatia impossível de acontecer se nos
colocarmos em um pedestal inacessível.
Acredito que Receptividade numa Escola esteja muito ligada ao poder de se fazer bem recebido do profissional que a visita.
Não custa ouvir antes de sair falando aos borbotões.
Não custa calçar o sapato do outro para ver onde dói.
Não custa admitir que o outro tem um saber que, se aliado ao seu, pode fazer toda a diferença!
abs
Nilcea
** Lembrando que exponho aqui as minhas impressões sobre o assunto. Nada, mas nada mesmo, impede que vc poste um comentário sobre a sua vivência que pode ser muito diferente! Fique à vontade! Isso só vai ajudar aos leitores, ok? **
Muito interessante a forma de conduta sugerida perante problemas que tem uma variabilidade de situações praticamente infinita. Nunca temos todas as respostas. E só conseguimos grandes mudanças quando trabalhamos através de pessoas e não somente para elas. Muito clara a abordagem e extremamente útil em outras profissões também. Parabéns e continue com o bom serviço. Muito obrigado pelo post "anônimo". Em breve novas revelações em: A Voz do que Clama!
ResponderExcluirOlá Nilcea, me senti extremamente lisonjeada ao ver o seu novo post! Essa é uma situação que realmente me preocupa e a disposição na qual você nos fala é de fato determinante nessa receptividade.
ResponderExcluirE diante desta questão temos que encarar o desafio, afinal, a presença destas crianaças e adolescentes no ensino regular é um grande motivador e para como você mesma disse: façamos a diferença!!!!
Muito interessante!!! esse post com certeza merece muita atençao!! principalmente pra todos os profissionais envolvidos.. e olha que nao sao poucos!.. amei!! com ctz fez diferença pra mim!!
ResponderExcluirIsso nos faz pensar em como é importante para o profissional que trabalha em equipe, ester preparado para compartilhar, dar e receber, sem arrogância e sem medos. Quando trocamos o que sabemos com o outro, nosso conhecimento pode se tornar ação.
ResponderExcluirAdriana
Que post maravilhoso, nem te conheço e vc não tem noção de como o teu site, as tuas experiências estão ajudando-me em minha pesquisa, pensava que so eu pensava sobre essa problemática, sobre as dificuldades do professor, sobre a fisioterapia na escola, que bom que encontrei vc. Parabéns pela discussão. Obrigada de verdade!
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