sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

RETROSPECTIVA

Estive relendo alguns posts e isso (mais toda a agitação de fim de ano) me fez pensar no quanto minha vida mudou neste ano que está acabando.


A Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiencia (SDPD), local onde exerço a minha vocação remuneradamente, tomou forma e corpo.

Conheci várias pessoas e seu trabalho nas mais diferentes áreas, dentro e fora da Secretaria.

Participei de encontros variados desde Conferencias de Saude a pregões presenciais.

Ajudei,  me responsabilizando pela organização e formatação do Ambulatório de Órteses e Próteses da SDPD.

Apendi muito com relação ao trabalho administrativo (graças à paciencia e competencia da Malu, minha chefe).

Mas o que mais me marcou foi ter mudado minha área de trabalho, ou seja: deixei de fazer parte da Clínica de Reabilitação.

Fazer essa escolha, para mim, foi uma decisão extremamente difícil, apesar do Ambulatório ser um sonho antigo a ser realizado. Isso porque se tratava de uma decisão onde seria "ou isso ou aquilo" como diria Cecilia Meirelles.

Mas uma vez escolhido... mãos à obra!

O fato da fisioterapeuta que assumiu o meu lugar (a Elayne) ser uma Pessoa e Profissional com P maiúsculo abrandou um pouco o sentimento de despedida.

Percebi que trabalhando na concessão de equipamentos, analisando, avaliando, prescrevendo, orientando, encaminhando, eu continuo atuando na Inclusão da Pessoa com Deficiencia e otimizando sua jornada rumo ao que lhe é de direito: o desenvolvimento de suas capacidades.

Um caso em especial me animou muito e quero finalizar contando para vocês:

Analisando os processos de concessão me deparei com um pedido de uma "cadeira elétrica" para um adolescente de 13 anos, com diagnóstico de Encefalopatia Crônica Não Evolutiva - PC.
Estranho...
Chamo o usuário para uma entrevista e avaliação.
Para minha surpresa, Bruno é um menino com paraparesia, Membros Superiores fortes e funcionais, cognitivo razoavelmente preservado, com retrações nos Membros Inferiores, sem tratamento fisioterapêutico e uma vontade imensa de jogar basquete!!

Após uma conversa onde pontuei a necessidade de encaminhá-lo para a Reabilitação e a inadequação do equipamento pedido ( pela própria família, que devido ao crescimento de Bruno imaginava que a tal "cadeira elétrica" seria a solução!) concordamos em fazer nova prescrição, agora de uma cadeira leve e esportiva, perfeitamente adequada às suas necessidades e desejos.

Naquele dia tive a certeza de não ter me equivocado em minha escolha. Continuo fazendo parte desse sonho onde todas as pessoas tenham as mesmas oportunidades apesar das diferenças.



A Deus toda Honra e toda Glória e toda gratidão por esse ano de 2011!



                                          Até 2012!

abs

Nilcea