sábado, 26 de novembro de 2011

INCLUSÃO e TERCEIRO SETOR



Como já disse anteriormente, no meu trabalho na Prefeitura de Barueri fui transferida para o Ambulatório de Órteses e Próteses para fazer, entre outras coisas, as análises técnicas dos pedidos antes que eles iniciem a tramitação junto a outra Secretaria para serem comprados. (Sobre esse trabalho estou preparando um post futuro, ok?)

Pois bem, por conta disso me afastei da clínica, propriamente dita, e passei os casos para a fisioterapeuta que assumiu em meu lugar, a Elayne (isso mesmo, com Y ! ).

Mas, outro dia, fui chamada a participar de uma conversa sobre um dos meus pacientes antigos. Um caso de paraplegia por mielomeningocele, cadeirante, menino vaidoso e amante de animais e esportes,principalmente o basquete.
Recebemos nesse dia o autor do livro acima , Sr José Felippe Leite de Abreu, que queria ter uma noção mais global do  desenvolvimento de J.A. , suas possibilidades, as prioridades em sua reabilitação, etc, para melhor ajudá-lo já que a mãe do adolescente é funcionária em sua casa há muitos anos.

Foi uma grata surpresa ver que esse homem, empresário,  tão ocupado, se debruça com tanta paixão em causas como essa! Ver que, com muita criatividade, ele busca meios de ajudar e também procura a melhor forma de fazê-lo.

Por sinal, o livro (foto) foi impresso por ele para comemorar seus 60 anos de vida. Na festa, a cada convidado foi sugerido que trocasse o presente ao aniversariante por uma quantia em dinheiro para uma poupança para o J.A.
Dessa forma José pôde, além do dinheiro, dividir com seus amigos a história que tanto o motivou por esses anos todos. Uma das crônicas  do livro se intitula: "O vôo de Anailton" e lindamente coloca em palavras o sonho de seu personagem e de todos nós : "Eu quero voar!!!"


Bem, a carreira de uma fisioterapeuta com relação à Inclusão das Pessoas com Deficiência é cheia de surpresas.
Umas boas, outras nem tanto, e outras ainda maravilhosas como essa!
Fazer parte de um grupo, poder ajudar a direcionar aquele que quer fazer algo por alguém, contribuir com nosso conhecimento para ajudar a priorizar e equacionar as necessidades de alguém frente ao processo inclusivo é sem dúvida uma das coisas mais gratificantes em nossa profissão.

Quanto ao J.A., depois de toda conversa, decidimos que a prioridade seria resolver o problema de moradia, que hoje é completamente inacessível, para trazer a ele a autonomia na mobilidade necessária para seu desenvolvimento enquanto um jovem cidadão em formação.
Continuará com as aulas de reforço com uma professora especializada, agora já com o computador funcionando, e o processo de encaminhamento para a cirurgia de correção das deformidades pedida há tempos será agora refeito e  acompanhado de perto por seu "tutor" e "anjo da guarda". Depois disso a Empregabilidade e ...

Isso é a verdadeira Inclusão. O envolvimento e comprometimento de todos, com Deficiência ou não, visando a "Igualdade em meio à Diversidade" .

Bonito ver isso sair do papel assim, bem diante dos nossos olhos!


Valeu "Zé Broca"! Você nos ensinou muito naquela manhã!


Nilcea