quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quando um não quer...

Pois é. Quando um não quer dois não brigam, já dizia o ditado popular.

E cheio de razão.

No tratamento de crianças com deficiencia, a Fisioterapia esbarra muitas vezes no querer, ou não, do responsável por elas o que chamamos de "adesão ao tratamento".
E, a meu ver, essa é uma das coisas mais difíceis de se resolver pois demanda do profissional um jogo de cintura e poder de persuasão que às vezes nos faltam.

Caso:

V. é uma menina com seis anos, quadro de Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor Grave secundário a possível encefalopatia não progressiva.
Já que V. estava matriculada na escola, nossa primeira ação foi no sentido de prover locomoção e posturamento adequados para sua frequencia às aulas.

1º obstáculo: a mãe de V. não aceita o uso de cadeira de rodas porque acredita que haverá uma cura antes disso.
Mesmo assim foi pedida a cadeira e entregue à mãe que até agora encontra muitos impedimentos para seu uso.

2º obstáculo: a frequencia de V. às terapias.
Com a possibilidade de ser levada ao Conselho Tutelar ela começa a frequentar as mesmas. Sempre com algumas faltas.

3º obstáculo: segundo avaliação da Fonoaudióloga em Disfagia Sandra, V. encontra-se em estado de sub-alimentação o que confere com seu estado apático nas terapias motoras.
Chamamos a mãe para uma conversa mas até o momento não conseguimos que retornasse.

Relatei esse caso, mesmo ainda sem uma conclusão, para mostrar que nem tudo são flores nesse terreno.
Nem sempre conseguiremos a melhor solução.
Isso porque, na verdade, os responsáveis pela criança é que são os elementos chave para que as coisas aconteçam e se não há a adesão nada acontece!

Mesmo assim, seguimos fazendo todo o possível para que V. tenha o tratamento que necessita.

E torcemos para que sua mãe se desvencilhe dos pre-conceitos e assuma a posição de parceira na sua recuperação.

bjs

Nílcea

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