quinta-feira, 15 de julho de 2010

Férias...

Depois de um período um pouco corrido aqui no trabalho parei para pensar um pouco sobre...


Em todos os lugares nos quais trabalhei com Neurologia era possível parar por uma ou duas semanas no meio do ano. Será que isso é bom ou ruim? Que (des)vantagem o paciente tem com essa possibilidade? Para quem são as férias? Para o terapeuta ou para o paciente? Não há problema na solução de continuidade do tratamento?

Pensando...

Em se tratando de um tratamento de médio/longo prazo como é o da Neurologia, para mim, sem dúvida as férias são um  ponto positivo.

Quando eu trabalhava em uma policlínica particular, certa vez um desses "consultores de empresa" quis implantar o mesmo sistema de férias a todos os setores e funcionários. Nós fisioterapeutas, tivemos que argumentar com o dono. Daí a reflexão:

- em relação ao paciente: uma parada na rotina é bem vinda não só para o  próprio como para a família que nem sempre tem condições favoráveis de comparecer à terapia quando os demais filhos se encontram em casa necessitando de sua atenção.
Férias é um período de descobertas, possíveis passeios (nem que seja à casa de parentes em outro bairro), contato mais tranquilo com o restante da família e quem sabe até de aprendizados novos de novas maneiras. Não nos esqueçamos que a variedade de experiências é muito importante para as pessoas com defasagem no desenvolvimento neuropsicomotor.

- em relação ao terapeuta: no trabalho neurológico o desgaste do profissional é bem maior pois as questões dos pacientes se apresentam a nós com muito maior profundidade e urgência. De nosso cuidado depende a (re)habilitação ou não daquela pessoa, e isso é muito sério.
Portanto, há aí o desgaste mental, físico e emocional do terapeuta que merecidamente carece de um período, por pequeno que seja, de descanso.

Lógico que não podemos esquecer que para liberar um paciente para um descanso há que se fazer um trabalho de orientação cuidadoso. Essencial  para que, durante esse período, aquilo que foi ganho nas terapias não se perca.
Em geral, tenho o costume de manter o paciente e seu responsável bem inteirado das atividades e seus objetivos.Além de pontuar também as possibilidades de atividades extras nesse período.
Assim, entramos nesse tempo de férias com a certeza de que na volta prosseguiremos com muito mais ânimo.

Obs.

1. Entenda-se que falo de um período de 1 ou 2 semanas no máximo.
2. Que tudo isso NÃO se aplica quando o paciente é uma criança em fase de criação de vínculo ao terapeuta.

Boas férias!

abs

Nilcea

** Comentem à vontade. Essa é a minha opinião mas não é a única! **