segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

PrOjeTo MaTracA

Fui convidada a dar uma palestra sobre Deficiencia no Projeto Matraca aqui em Barueri.

Esse Projeto alcança meninos e meninas com alterações de comportamento e a palestra em questão faz parte do ensino sobre cidadania.

Fiquei super feliz.
Adolescentes são minha paixão, trabalho com eles em  minha comunidade há mais de 20 anos e é sempre desafiador acompanhar e ajudar o seu desenvolvimento.

Falar sobre Deficiencia para mim é falar sobre Inclusão. Inclusão é cidadania. Cidadania passa por respeito e auto-estima.

Ainda estou elaborando como e o que falar a esses jovens. Comecei acionando os adolescentes que conheço para responderem algumas questões, via facebook, para me ajudar a entender o que  e o quanto eles sabem sobre o assunto.

Já tenho quase certo que mais que estar à disposição para dirimir suas dúvidas, meu papel será ajudá-los a pensar sobre o assunto. Tirar suas próprias conclusões. Definir seus próprios posicionamentos.

Já deu pra notar que estou animada, não?

Espero que de alguma forma, aquela hora e meia que passaremos juntos possa fazer diferença na vida daqueles jovens cidadãos.

Volto pra contar como foi, ok?

abs

Nilcea

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

41 anos de Fisioterapia no Brasil

A Revista do CREFITO-SP fez uma homenagem aos 41 anos da Fisioterapia no Brasil e pediu que a gente mandasse frases curtas dizendo porque amam ser Fisio. Eis a minha resposta... publicada!!!



                                                                                    foto by Adriana Poli

abs

Nilcea

Casa Nova

Mudamos.

A cidade de Barueri resolveu há alguns meses implantar uma nova Secretaria  -  SDPD -  Secretaria Dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Esta nova Secretaria pretende unificar todas as ações que eram feitas nas diversas secretarias e que digam respeito à pessoa com deficiência visto que em muitas delas já haviam projetos ou técnicos especializados tratando do assunto. 
Pois bem, o Departamento de Apoio Especializado no qual eu trabalhava era um desses lugares onde, estando na Secretaria de Educação, trabalhávamos com o deficiente sob o ponto de vista de sua inclusão escolar e necessidades especiais.
Acontece que a nova Secretaria foi montada usando o plano de ação do DAE e ampliando-o. Ou seja, estamos trabalhando agora num âmbito maior e mais complexo.
Somos uma das primeiras no Brasil. Temos a Nacional ; a Estadual e pelo menos  duas Municipais: uma em Avaré-SP e outra em Sta Fé do Sul - SP .
Foi um grande passo. E é sem dúvida o caminho a seguir. Agindo de uma maneira mais organizada e coesa talvez obtenhamos mais resultados em prazos mais curtos.
Pretendo postar aqui o que for acontecendo na casa nova, ok? Quem sabe aí onde você está, meu querido leitor, você não possa fazer as coisas acontecerem?

Quanto à Inclusão, até agora ainda não sei como ficaremos, qual será a nossa atuação (Fisioterapeutas).Mas continuo o que já plantamos mesmo porque, na nova Secretaria, haverá espaço para a Psicomotricidade e talvez aí seja um bom campo para atendermos os alunos com deficiencia. Continuo também com o projeto de Assessoria e Supervisão à Inclusão com minha amiga Adriana(psicopedagoga) para a rede privada de escolas. Assim poderei continuar postando alguns casos por aquí...

Ah! Maríssia e Rosane, não esqueci de vocês não, viu? É que é meio difícil mesmo o que me pediram mas continuo procurando.

abs

Nilcea

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Acessibilidade e Inclusão

 

 

"Se o lugar não está pronto para receber TODAS as pessoas, então o lugar é deficiente" Thais Frota


Outro dia, topei com um retweet de uma amiga ( @Mariana_Bastos) que falava sobre Acessibilidade e Inclusão

Foi uma grata surpresa pois a pessoa mencionada é uma jovem arquiteta que dedica sua vida profissional ao direito das pessoas de ir e vir com segurança e respeito.

Thais Frota tem um site  www.blog.thaisfrota.com muito interessante, muitas vezes divertido, porém sério e competente naquilo a que se propõe.Cheio de dicas preciosas, fotos, vídeos, denúncias e soluções para os problemas que enfrentamos em relação a acessibilidade/locomoção todos os dias, em todos os lugares em nossas cidades.  Thais mantém uma conversação agradável e sem "tecniquês" fazendo de sua página uma conversa gostosa sobre um assunto relevante.

Vale a pena dar uma olhada e marcar em seus favoritos. 

 

abs

Nilcea

 

PS. Finalmente meu notebook saiu da UTI e está pronto a cooperar comigo e com este singelo blog! 

Estava com saudades!


 



 

 

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Férias...

Depois de um período um pouco corrido aqui no trabalho parei para pensar um pouco sobre...


Em todos os lugares nos quais trabalhei com Neurologia era possível parar por uma ou duas semanas no meio do ano. Será que isso é bom ou ruim? Que (des)vantagem o paciente tem com essa possibilidade? Para quem são as férias? Para o terapeuta ou para o paciente? Não há problema na solução de continuidade do tratamento?

Pensando...

Em se tratando de um tratamento de médio/longo prazo como é o da Neurologia, para mim, sem dúvida as férias são um  ponto positivo.

Quando eu trabalhava em uma policlínica particular, certa vez um desses "consultores de empresa" quis implantar o mesmo sistema de férias a todos os setores e funcionários. Nós fisioterapeutas, tivemos que argumentar com o dono. Daí a reflexão:

- em relação ao paciente: uma parada na rotina é bem vinda não só para o  próprio como para a família que nem sempre tem condições favoráveis de comparecer à terapia quando os demais filhos se encontram em casa necessitando de sua atenção.
Férias é um período de descobertas, possíveis passeios (nem que seja à casa de parentes em outro bairro), contato mais tranquilo com o restante da família e quem sabe até de aprendizados novos de novas maneiras. Não nos esqueçamos que a variedade de experiências é muito importante para as pessoas com defasagem no desenvolvimento neuropsicomotor.

- em relação ao terapeuta: no trabalho neurológico o desgaste do profissional é bem maior pois as questões dos pacientes se apresentam a nós com muito maior profundidade e urgência. De nosso cuidado depende a (re)habilitação ou não daquela pessoa, e isso é muito sério.
Portanto, há aí o desgaste mental, físico e emocional do terapeuta que merecidamente carece de um período, por pequeno que seja, de descanso.

Lógico que não podemos esquecer que para liberar um paciente para um descanso há que se fazer um trabalho de orientação cuidadoso. Essencial  para que, durante esse período, aquilo que foi ganho nas terapias não se perca.
Em geral, tenho o costume de manter o paciente e seu responsável bem inteirado das atividades e seus objetivos.Além de pontuar também as possibilidades de atividades extras nesse período.
Assim, entramos nesse tempo de férias com a certeza de que na volta prosseguiremos com muito mais ânimo.

Obs.

1. Entenda-se que falo de um período de 1 ou 2 semanas no máximo.
2. Que tudo isso NÃO se aplica quando o paciente é uma criança em fase de criação de vínculo ao terapeuta.

Boas férias!

abs

Nilcea

** Comentem à vontade. Essa é a minha opinião mas não é a única! **

sábado, 26 de junho de 2010

aviso por email

Olá!     

Algumas pessoas me pediram que as avisasse quando postasse algo novo.

O melhor jeito que encontrei, já que sou nova nessa história de blog, foi pedir a vcs que me passassem seus emails pelo comentário ou por email que eu configuro para que, assim que haja um novo post, vcs já saibam.

O que acham?

Fiquem à vontade!

Ah! E por favor, respondam a enquete ao lado!                                

abs

Nilcea

sábado, 19 de junho de 2010

Receptividade nas Escolas

Falar sobre Receptividade nas Escolas  com relação à equipe técnica é um pouco difícil pois as experiências são múltiplas e tão diversas!!
Mas vou tentar, principalmente porque a Rosane (Salvador,BA)  pediu que o fizesse! ; )





As experiências vão desde aquela escola onde você percebe que fêz diferença até aquela onde nítidamente poderíamos ter deixado de ir que o resultado seria o mesmo!

Para mim, com relação ao professor/gestão muito disso se resume a uma palavra: disposição.


Disposição de aprender,
Disposição de procurar ferramentas úteis ao trabalho,
Disposição de se envolver com o caso,
Disposição de arregaçar as mangas,
Disposição de muitas vezes deixar suas certezas e admitir a realidade  por outra óptica.

Prefiro (e isso faz parte do meu perfil desde sempre) pensar naquelas onde a visita foi positiva de alguma forma e quanto às outras, usar os erros para aprender a fazer melhor.

Senão, vejamos:

A Inclusão é uma realidade pela lei no País  e de fato em muitos Municípios .

Começa aí uma demanda muito grande por conhecimento de coisas que, até agora, estavam apenas no âmbito clínico .
Explico: aquela criança cuja vida se resumia a terapias e médicos agora está matriculada na Escola e... FREQUENTANDO !!!!
Os pais compraram a idéia e não se sujeitam mais a ver seus filhos excluídos da vida a que têem direito.

Então... onde buscar ajuda? Quem seria a pessoa mais apta a dar uma primeira informação sobre este aluno?

É aí que entramos, como terapeutas, para dirimir dúvidas e ajudar no que nos é possível.

Para mim, esses são os dois pontos principais.
  •  Dirimir dúvidas. Costumo dizer que, quando vou às Escolas,  tenho vontade de usar aquela camiseta usada nos supermercados onde se lê: "Em que posso ajudar?". 
           Porque convenhamos, o professor tem dúvidas bem específicas  portanto, a não ser que seja           
           pedido, não cabe aí uma extensa explanação teórica sobre a patologia, etc, etc, etc
           Às vezes temos a tentação de demonstrar nosso saber mais do que deveríamos e aí é o
           bom senso que ajuda muito nessas horas.
  • Ajudar no que nos é possível. Não somos deuses nem um poço infinito de saber, portanto: sim, haverá muita coisa que não seremos capazes de solucionar!
          E aí cabe uma boa parcela de sinceridade e disposição de buscar aquilo que for necessário.
          Na hora em que nos dispomos a buscar aquilo que poderá de alguma forma aliviar a carga do
          professor surge entre nós uma cumplicidade e empatia impossível de acontecer se nos     
          colocarmos em um pedestal inacessível. 


Acredito que Receptividade numa Escola esteja muito ligada ao poder de se fazer bem recebido do profissional que a visita.

Não custa ouvir antes de sair falando aos borbotões.
Não custa calçar o sapato do outro para ver onde dói.
Não custa admitir que o outro tem um saber que, se aliado ao seu, pode fazer toda a diferença!


abs

Nilcea


** Lembrando que  exponho aqui as minhas impressões sobre o assunto. Nada, mas nada mesmo, impede que vc poste um comentário sobre a sua vivência que pode ser muito diferente! Fique à vontade! Isso só vai ajudar aos leitores, ok? **

sexta-feira, 4 de junho de 2010

diagnósticos X diagnósticos

Diagnóstico (diagnosticu =[dia="através de, durante, por meio de"]+ [gnosticu="alusivo ao conhecimento de"]), lato sensu, vem a ser:
Juízo declarado ou proferido sobre a característica, a composição, o comportamento, a natureza etc. de algo, com base nos dados e/ou informações deste obtidos por meio de exame.


Com a inclusão de alunos com diversas patologias no ambiente escolar começou uma verdadeira "caça ao diagnóstico".

Exemplificando:
"Joãozinho é matriculado na escola e apresenta um atraso importante do desenvolvimento ."

O que fazer?
Será que sabendo o diagnóstico exato meu trabalho poderá ser melhor e ter mais êxito?
Pra que serve o diagnóstico afinal?!

Muitas síndromes e patologias de base podem levar a um atraso no desenvolvimento da criança. E grande parte delas são chamadas idiopáticas, ou seja, sem causa conhecida.
Como poderá o professor agir de acordo com cada uma?

Em Fisioterapia (explicando de um modo bem simples), quando falamos de atraso no desenvolvimento, não importando o diagnóstico, nosso trabalho é  servir de facilitadores para que, a partir de onde está na escala normal do desenvolvimento, a criança encontre o "caminho" para atingir sua potencialidade.

Penso que, semelhante ao trabalho do fisioterapeuta, o diagnóstico médico  tem sua importância para o professor.
Porém, quando pensamos no trabalho efetivo em sala de aula o importante mesmo é o que eu chamo de  "diagnóstico pedagógico".

Ou seja: saber onde, em que estágio cognitivo se encontra o aluno nas suas aquisições de conceitos e, a partir daí, estabelecer uma estratégia para que ele consiga se desenvolver nas suas capacidades e potencialidades.

Gosto da expressão "enganchar" para traduzir esse movimento do professor/terapeuta. Chegar ao nível da criança e a partir daí trazê-la para  o nível seguinte.

Para isso não precisamos de uma conclusão diagnóstica, que muitas vezes pode demorar muito tempo.

abs
Nilcea 


 **  Fiquem à vontade para contar aqui suas experiências, ok? Serão muito úteis a todos! ***

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Boas idéias merecem louvor !

            Hoje, em conversa com uma mãe, logo cedo, abordei a importância do desenvolvimento das habilidades psicomotoras básicas em relação à aprendizagem formal de leitura e escrita.

Ela me contava que tinha proposto ao dono da academia que frequenta se poderia usar um cantinho para brincar com sua filha usando os aparelhos disponíveis (bolas, espaldar, etc)

Me contou que não só ele permitiu como também o seu professor de ginástica tem sugerido e acompanhado algumas atividades.

Após explicar os fundamentos da Psicomotricidade fiz-lhe ver que com isso ela estava estimulando sua filha da forma mais correta possível, senão, vejamos:

  • Com os exercícios estimulando a parte motora;
  • Com as atividades sugeridas pelo professor estimulando a parte cognitiva;
  • E, pelo fato de estarem juntas, mãe e filha "malhando" no mesmo espaço e momento... a parte afetivo-emocional.

Simples, não?

Quando trabalhamos com a população mais carente financeiramente muitas vezes encontramos mais obstáculos que soluções. Não raro parece que estamos nadando contra a maré, sugerindo coisas inviáveis para pessoas  com tal acúmulo de problemas em suas vidas que fica difícil imaginar um horizonte mais além...

Mas a fala (e a atitude) dessa mãe, na sua simplicidade, foi tão cheia de esperança e objetividade que me aqueceu o coração e me iluminou o dia!!


"Um pessimista vê uma dificuldade em cada oportunidade; um otimista vê uma oportunidade em cada dificuldade."        Winston Churchill




 abs

Nilcea 

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Brincando... Construindo...

" Brincando a gente constrói.

             Brincando a gente cresce.


Brincando a gente se diverte.

        Brincando a gente vira gente!!!!"


(poema feito em parceria com o Kaique, 6 anos)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cadeira de Rodas e Adequação Postural


Uma cadeira de rodas é uma cadeira montada sobre rodas que é utilizada por indivíduos com dificuldade de locomoção, podendo ser movida manual ou eletronicamente pelo         ocupante ou empurrada por alguém. (Wickipedia)
Hoje temos os mais variados tipos de cadeiras desde a mais simples até  a totalmente adaptada às necessidades do indivíduo. De uma cadeira de rodas, invenção de pesquisadores italianos, movida apenas por movimentos cerebrais até uma  I-Real da Toyota, super hightech!

Mas, em relação a isso o assunto é extenso. Fica para uma outra hora.

O que eu gostaria de pontuar aqui para voces é sobre a relação existente entre o  Fisioterapeuta e as cadeiras de rodas dos alunos das escolas.

Em primeiro lugar,é preciso que se entenda que  a escolha da cadeira deve ser feita por pessoa capacitada para tal pois há muitos fatores a serem considerados. Quanto mais adequada a cadeira  mais economia de verba, mais eficiencia no resultado e o que é mais importante: mais conforto e segurança ao paciente.

Em segundo lugar, a consciência do OBJETIVO e FUNÇÃO de cada parte da estrutura da cadeira é primordial para que seu uso seja adequado.
Com relação a isso, em nosso Departamento (pelos setores de Fisio, TO e Fono) estamos preparando uma palestra aos professores e cuidadores para que possam, conhecendo suas partes, usar adequadamente a cadeira de rodas de cada aluno.

Por último, a manutenção e limpeza das cadeiras.
Se pensarmos que a cadeira de rodas é o lugar onde a criança se encontra na maior parte do dia e é na maior parte das vezes o seu único meio de locomoção, podemos, sem exagerar, dizer que é uma continuidade do seu  próprio corpo.
Com isso, as regras de higiene e manutenção nada mais são do que as que teríamos com o próprio corpo: mantê-la limpa, com pneus calibrados, apoios e adaptações ajustados, em perfeitas condições de uso!

Infelizmente, como nem tudo são flores...  essa tem sido  a parte mais difícil de conseguirmos um resultado satisfatório!
As muitas orientações individuais não surtiram o efeito desejado, portanto partiremos agora para a tal palestra de sensibilização e informação.

Volto pra contar como foi, ok?

Por enquanto,

abs

Nilcea

domingo, 16 de maio de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quando um não quer...

Pois é. Quando um não quer dois não brigam, já dizia o ditado popular.

E cheio de razão.

No tratamento de crianças com deficiencia, a Fisioterapia esbarra muitas vezes no querer, ou não, do responsável por elas o que chamamos de "adesão ao tratamento".
E, a meu ver, essa é uma das coisas mais difíceis de se resolver pois demanda do profissional um jogo de cintura e poder de persuasão que às vezes nos faltam.

Caso:

V. é uma menina com seis anos, quadro de Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor Grave secundário a possível encefalopatia não progressiva.
Já que V. estava matriculada na escola, nossa primeira ação foi no sentido de prover locomoção e posturamento adequados para sua frequencia às aulas.

1º obstáculo: a mãe de V. não aceita o uso de cadeira de rodas porque acredita que haverá uma cura antes disso.
Mesmo assim foi pedida a cadeira e entregue à mãe que até agora encontra muitos impedimentos para seu uso.

2º obstáculo: a frequencia de V. às terapias.
Com a possibilidade de ser levada ao Conselho Tutelar ela começa a frequentar as mesmas. Sempre com algumas faltas.

3º obstáculo: segundo avaliação da Fonoaudióloga em Disfagia Sandra, V. encontra-se em estado de sub-alimentação o que confere com seu estado apático nas terapias motoras.
Chamamos a mãe para uma conversa mas até o momento não conseguimos que retornasse.

Relatei esse caso, mesmo ainda sem uma conclusão, para mostrar que nem tudo são flores nesse terreno.
Nem sempre conseguiremos a melhor solução.
Isso porque, na verdade, os responsáveis pela criança é que são os elementos chave para que as coisas aconteçam e se não há a adesão nada acontece!

Mesmo assim, seguimos fazendo todo o possível para que V. tenha o tratamento que necessita.

E torcemos para que sua mãe se desvencilhe dos pre-conceitos e assuma a posição de parceira na sua recuperação.

bjs

Nílcea

** dúvidas, sugestões e comentários sempre serão bem vindos! **

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Vocação

Dia desses recebi em minha sala tres garotas.

Estudantes de Fisioterapia.
Conversamos por alguns minutos e elas foram embora com alguns dados que, espero, lhes ajudem no trabalho sobre a Fisioterapia na Neurologia...

Mas ao irem, deixaram em mim a certeza ainda maior de que nasci para isso: a Fisioterapia!

Me lembro que ao prestar vestibular, nos idos dos anos 70, pensei que iria cursar Medicina.
Após muitas dúvidas e reflexões decidi pela Fisioterapia (curso um tanto desconhecido na época) pois queria algo mais.
Queria acompanhar de perto a reabilitação do paciente, caminhar com ele, descobrir caminhos e alternativas, lutar pela sua qualidade de vida.

Poético isso, não? Mas é exatamente assim que tenho trabalhado até hoje, com poesia e muita perseverança!!

O trabalho do Fisioterapeuta não é tão glamouroso como parece, há muito suor e lágrimas no percurso. Mas ao final, vale a pena.

O sorriso de uma mãe, o beijo de uma criança, o olhar de carinho de um pai agradecido...

Por tudo isso, e muito mais, vale a pena investir nessa carreira.

Um recado para as meninas da PUC-Barueri:

Se eu, de alguma forma, passei para vocês a alegria e o orgulho que tenho de fazer parte da Reabilitação.... então, valeu!

bjs

Nílcea

terça-feira, 4 de maio de 2010

Mãos Trêmulas

Uma das funções que tenho aqui em meu serviço é a de visitar as Escolas e conversar com a Gestão/Coordenação e professores sobre algum aluno que esteja sendo atendido no setor de Fisio.

Pois bem, numa dessas visitas a queixa da professora era de que as mãos da aluna tremiam.
Seria isso por conta da patologia? Ou talvez por conta da medicação tomada pela aluna?
A verdade é que os tais tremores atrapalhavam o desempenho da aluna em relação à escrita e consequentemente todo seu desenvolvimento escolar.

Avaliando mentalmente o caso me dei conta de que:

1. a patologia da aluna (Encefalopatia Crônica Não Progressiva)lhe havia causado sequelas na região inferior do corpo (o que chamamos de paraparesia crural)

2. a aluna NÃO tomava nenhum medicamento!

Então... porque os tremores??
Aliás, eu mesma em terapia nunca havia percebido nada!!

Nessas horas, quando aparecem queixas assim, o caminho é pensar,raciocinar...isso mesmo - tal qual Sherlock Holmes!

Felizmente, depois de alguns anos a gente se acostuma e nesse caso em especial a resposta surgiu rápido em minha mente: FADIGA!

Acontece que a aluna usa muletas canadenses e ao chegar à sala não havia tempo suficiente para o descanso da musculatura das mãos para iniciar um trabalho de coordenação fina como o grafismo. BINGO!
Pedi então à professora que deixasse que a aluna descansasse um pouco antes de começar as atividades.

Lógico que a dificuldade na aprendizagem propriamente dita,nesse caso, já era uma questão da área de psicopedagogia e outras intervenções foram sugeridas pela Adriana (psicopedagoga) mas agora sem o entrave causado pela fadiga muscular nos Membros Superiores!

abs

Nílcea

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Explicando melhor...

Sou uma pessoa muito objetiva e pragmática (por isso fiz Fisio e não Filosofia...).

Portanto... não poderia ser diferente nesse espaço!

Logo... de um modo geral, pretendo postar coisas relevantes ao dia a dia de uma fisioterapeuta na Educação Inclusiva e também aquilo que penso ser o ideal (não custa tentar, não é?)

Lógico que a discussão acadêmica, digamos assim, sempre será bem vinda, porém já deixo claro que não é o meu forte!

Dito isto, aguardem post sobre "mãos trêmulas".

abs

Nílcea

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Bolas


Bolas...

movimento e prazer

objeto de apoio e de instabilidade

que me força à concentração

me facilita o mover

me joga ao impreciso e inexplorado

me faz criar dentro de mim a força que não vejo

o controle que não sinto

o prazer de fazer e... ser!

Um pouco da minha história profissional

Olá!

Tanscrevo aqui um artigo que escrevi para o TCC de uma querida amiga psicóloga, a Vera.
Talvez sirva para você conhecer um pouquinho da minha história...


O FISIOTERAPEUTA NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA


Por conta do processo de inclusão no município de Barueri – SP, me vi, após vinte anos de trabalho clínico, dando assistência fisioterápica aos alunos da rede de ensino.
Tendo trabalhado, há algum tempo, na APAE de Juiz de Fora – MG, acalentava o sonho de um dia voltar a trabalhar numa equipe multidisciplinar, como agora.
Mas uma questão me inquietava durante os primeiros meses de atividade: qual seria a forma mais efetiva e válida de atuação de um fisioterapeuta na área da Educação e mais precisamente, Educação Inclusiva? No que poderia eu, como fisioterapeuta, contribuir para a inclusão dos alunos com deficiências na rede regular de ensino?
Após algum tempo avaliando e questionando minha atuação percebi que, forçosamente, eu teria que me capacitar em áreas que, a princípio, poderiam soar atípicas à formação do fisioterapeuta, tais como psicopedagogia, psicomotricidade, a própria psicologia, gestão escolar, etc
Comecei então a focar meus estudos nessas áreas visando contribuir melhor nas discussões de caso realizadas quando da triagem de um aluno para seu ingresso escolar.
Fazer parte de uma equipe, para mim é extremamente enriquecedor e gratificante, e é onde se consegue olhar o indivíduo realmente como um todo tal como nos é ensinado nos bancos da universidade, mas que na atuação clínica nem sempre conseguimos.
Algumas respostas foram surgindo ( e sei que outras ainda estão por vir) que têm servido para nortear minha atuação dentro da equipe e das escolas.
Por exemplo:
O fisioterapeuta pode, pela sua formação:
- indicar o diagnóstico motor do aluno e ajudar a esclarecê-lo aos demais integrantes da equipe
- triar e estabelecer prioridade de tratamento
- avaliar e tratar de acordo com essa prioridade
- orientar e auxiliar em projetos específicos de estimulação corporal e/ou sensorial
- orientar a ergonomia e adequação do ambiente, tanto escolar como das oficinas
- conduzir o processo de adequação postural em cadeira de rodas
- avaliar a forma mais indicada de locomoção do aluno
- orientar professores, outros profissionais da equipe e pais com relação aos cuidados adequados à criança com deficiência físico-neurológica
- participar da capacitação de professores e funcionários
- ajudar na elaboração de projetos na rede de ensino

Para o fisioterapeuta, devido à sua formação “concreta” e “científica”, a área da Educação torna-se um desafio. Um desafio positivo, que nos ajuda, em qualquer momento da vida, a desenvolver aquilo que é o objetivo maior da educação: o aprender a aprender. É a necessidade de desenvolver a capacidade de aprender coisas novas em nossa área ou fora dela. É o surgimento do interesse em ampliar os horizontes e vislumbrar novos caminhos, de nos legitimar ainda mais nessas outras áreas e nos credenciar a novos desafios na profissão.
Como disse, novas respostas ainda virão pois o questionamento continua e a Educação oferece um vasto campo de possibilidades.

Obrigado pela leitura!
Não deixem de comentar,ok?

Nílcea

Olá!

Seja bem vindo a este espaço!
Um pouco de mim:
Formei-me em Fisioterapia pela USP há 30 anos.
Há 4 sou Psicomotricista.
Trabalho há nove anos na Prefeitura de Barueri atuando diretamente com os alunos e professores da rede municipal de ensino.
Faço parte de uma Equipe Multidisciplinar que dá apoio à Inclusão Escolar dos alunos com Deficiência.
É isso aí, profissionalmente isso sou quase eu!

Nílcea